NINGUÉM SABE O DURO QUE LULA DEU A FAVOR DOS POBRES!

Luiz Inácio Lula da Silva- Ninguém sabe o duro que dei a favor do pobres!

Wilson Simonal- Ninguém sabe o duro que dei
POR: WALTER BRITO

Wilson Simonal, negão que foi acusado de dedo-duro da ditadura, foi, sem medo de
errar, o maior showman do país em todos os tempos. Certa vez, aos 33 anos, idade em
que Cristo foi crucificado, ele dividiu o Maracanãzinho em dois. Naquela oportunidade
ele entoava a bela canção, País Tropical. Foram os comandantes deste mesmo País
Tropical, representantes das elites que administram a nossa produção há 505 anos,
que determinaram o fim da carreira do grande artista! O autor de Sá Marina, já
consumido pela solidão e a doença que o abateram, consequência do sofrimento
injusto, por diversas vezes veio a Brasília, onde se hospedava em meu apartamento, na
busca de seu habeas corpus, ou melhor, seu habeas data; que permitiria a Simonal
provar ao Brasil e ao mundo que nunca fora dedo-duro da ditadura. O habeas data
saiu, após a sua morte.
Os mesmos que impuseram a Wilson Simonal a pior das penas, que era o negão parar
de cantar com sua alegria contagiante e suingue inimitável, para público semelhante
ao que ele teve no Maracanãzinho; esses mesmos, cuja maioria descende de italianos
e alemães, jogaram ovos e pedras no ex-operário que o destino marcou por meio do
dedo mindinho amputado em uma máquina na fábrica em que trabalhava na década
de 70. Vale lembrar que Simonal, no final dos anos 60 e início dos anos 70, era mais
importante que Roberto Carlos. Lula, que galgou degraus no mundo da política, como
Simonal no mundo da música; também tem seus algozes que querem vê-lo pelas
costas e crucificá-lo em praça pública, como fizeram com Wilson Simonal, Tiradentes e
muitos outros com menor importância. Eles não admitem que um líder político da
expressão do ex-presidente Lula tenha como bens um tríplex e um sítio, fortuna que
qualquer vereador de uma cidade grande possui.
Vale ressaltar que, apesar dos erros nos governos comandados pelo ex-operário, que
não teve pulso, por exemplo, para erradicar o analfabetismo no Brasil,nenhum outro
presidente fez tanto pela pobreza como ele. Na Universidade de Brasília e outras
universidades Brasil afora, a cor da pele dos alunos coloriu-se de uma forma muito
forte nos últimos 15 anos. Filhos de pobres e negros, até o ano de 2002, eram raros os
que cursavam Medicina e Engenharia. Pobres que tinham automóveis do ano também
eram raridade. O único ministro negro que presidiu a Suprema Corte foi Joaquim
Barbosa. Ele assumiu a vaga por competência e a conduziu de forma proba e
inimitável. Contudo, foi Lula quem o escolheu e o nomeou. Isto não impediu que o
competente Joaquim Barbosa levasse para a cadeia amigos de Lula que cometeram
erros, como José Dirceu e outros.
Nos 518 anos de nossa história, as elites que hoje estão no poder, comandaram o país
por 515 anos, enquanto que o operário filho da Dona Lindu, ao lado de Dilma Rousseff,
administraram o país tropical de Wilson Simonal por 13 anos. Qualquer cidadão mais
esclarecido sabe que em ambos os períodos ocorreram corrupção. Contudo, as elites
que comandaram a nação por cinco séculos e 15 anos certamente espoliaram o maior

país da América Latina, de forma tão forte, que a Era Lula tornou-se um grão de areia
no fundo do oceano!
É claro que o provérbio árabe: quem rouba uma agulha, rouba um camelo tem seu
fundo de verdade. Não quero aqui fazer a defesa cega de Luiz Inácio Lula da Silva, até
porque o seu advogado é o competente jurista José Paulo Sepúlveda Pertence.
Entretanto, o tratamento dado aos políticos da direita envolvidos em corrupção,
quando aparece em público, semelhante ao caso de Lula em São Miguel do Oeste
(Santa Catarina), é bem diferente. Os políticos originários das capitanias hereditárias e
mesmo da época pós Cabral, ou seja, as elites dominantes, continuam tendo
tratamento privilegiado. Neste sentido, acredito e repito: o próprio Lula tem culpa
nisso! Ele não lutou para que o brasileiro ficasse mais bem informado e soubesse
raciocinar direito, por meio da erradicação do analfabetismo nos quatro cantos da
nação brasileira, inclusive Santa Catarina, que é um estado cuja população tem fama
de ser esclarecido.
Espero que um dia o final da história de Luiz Inácio Lula da Silva não seja contada como
o filme melancólico e de misericórdia sobre a trajetória do autor do Tributo a Martin
Luther King, o cantor Wilson Simonal, ou seja o filme: “Ninguém sabe o duro que dei”.

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